São Paulo repete lentidão para definir técnico do time

14/05/2011 09:11

 Júlio César Guimarães/UOLLogo após a eliminação na Copa do Brasil e o desentendimento com Rivaldo, o nome de Paulo César Carpegiani foi dado praticamente como carta fora do baralho no São Paulo. Apesar de o próprio presidente Juvenal Juvêncio indicar isso, o clube paulista repete a estratégia usada em recentes demissões de técnicos e, com poucas opções no mercado e muitas vozes dissonantes na diretoria, volta a mostrar lentidão para definir seu futuro.

Ao desembarcar na capital paulista, após a derrota por 3 a 1 para o Avaí, Juvenal Juvêncio deu a entender a preferência por Rivaldo nesta briga e que até estaria disposto a buscar um novo técnico na concorrência. Como o São Paulo só se reapresenta na segunda-feira e o clima já não estava dos melhores, Carpegiani resolveu descansar no Sul, aumentando ainda mais o clima em torno de sua saída.

No entanto, enquanto nomes como Dorival Júnior (Atlético-MG) e Cuca (Cruzeiro) já começam a ser especulados, os diretores do São Paulo tentam criar uma unanimidade entre seus próprios pares para traçar os próximos passos do clube, tudo isso a pouco mais de uma semana do início do Campeonato Brasileiro. Por enquanto, Carpegiani deve se reapresentar na segunda-feira normalmente.

No ano passado, quem enfrentou clima parecido foi Ricardo Gomes. Logo após a Copa do Mundo, o técnico foi apontado como pouco preparado para disputar a semifinal da Copa Libertadores, contra o Internacional. Uma rádio paulista chegou até a divulgar que o treinador havia sido demitido e, mais tarde, de que Dunga chegaria. No fim das contas, o comando foi mantido e o São Paulo acabou eliminado, fato que, ai sim, custou o emprego de Gomes.

Um dos problemas que colaboraram para a manutenção de Ricardo Gomes à época foi, também, a falta de opções no mercado. Esse entrave, por sinal, se manteve quando o técnico realmente saiu, fato que obrigou a diretoria a apostar no novato Sérgio Baresi, que comandava a base do clube.

Apesar de dar chance a alguns jovens, como Casemiro e Lucas, a falta de experiência sempre foi um problema, chegando até a comprometê-lo, como quando Cléber Santana, após uma partida contra o Atlético-GO, no Morumbi, revelou que Rogério Ceni havia indicado para que ele entrasse em campo e substituísse Lucas, em um clássico caso de insubordinação. Na época, todos confirmaram a influência do goleiro, mas negaram qualquer tipo de polêmica.

Sérgio Baresi, no entanto, começou a balançar no cargo após uma derrota para o Corinthians. Mesmo desgastado no cargo e com alguns diretores defendendo a sua demissão, o técnico foi mantido por mais algumas rodadas e, só então, Juvenal Juvêncio resolveu contratar Paulo César Carpegiani.

Essas incertezas que rondam os últimos treinadores do São Paulo são um reflexo também dos problemas internos que o clube enfrenta. Marco Aurélio Cunha, então superintendente de futebol, deixou o cargo no início deste ano indicando a falta de sintonia entre os cartolas. Mais preocupado com assuntos relacionados extracampo, o presidente Juvenal Juvêncio acaba vítima dessa discordância e, com isso, demora a tomar decisões, comprometendo o planejamento do time nas competições que disputa.

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