Presidente do BC pede aos brasileiros que moderem consumo

05/05/2011 23:23

 O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta quinta-feira que os brasileiros devem moderar o consumo neste momento.

"Se quiser adiar o consumo, moderar o consumo para consumir mais para a frente, esse é o momento de fazê-lo", afirmou, durante audiência que reuniu três comissões da Câmara dos Deputados e duas do Senado.

Presidente do BC diz que estratégia contra inflação não mudou
Governo continuará atuando para evitar valorização do real
Regime de metas de inflação serve bem ao país, diz Tombini

Marcelo Camargo/Folhapress
Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que os brasileiros devem moderar o consumo neste momento
Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que os brasileiros devem moderar o consumo neste momento

Segundo Tombini, os consumidores devem aproveitar a situação de alta nos juros para poupar.

"No ciclo de aperto em que nós estamos, você cria um incentivo para o poupador que vai ser melhor remunerado nas suas aplicações financeiras."

Ele também disse que as estratégias do BC para controlar a inflação não mudaram.

Na ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada na semana passada, o BC deu mais destaque para o uso dos juros como instrumento para segurar a alta de preços, o que foi visto pelo mercado como uma mudança de direção pela instituição, que vinha apoiando suas ações em medidas macroprudenciais, como a restrição ao crédito.

"Não há mudança alguma. Simplesmente na comunicação estamos tratando de dar o destaque necessário para o instrumento convencional. Medidas macroprudenciais serão levadas em conta no processo de aperto das condições monetárias que está em curso para trazer a inflação para o centro da meta", afirmou.

O presidente disse ainda que "há muita falação" que não vem do BC, mas que a linha adotada pela instituição tem sido consistente.

Tombini disse ainda que a inflação deverá "rodar no centro da meta" a partir dos próximos meses, o que significa uma inflação mensal de até 0,4%. No acumulado dos 12 meses, porém, a inflação ainda ficará acima dos 4,5% por conta do comportamento dos preços no início do ano. Para 2012, Tombini prevê a inflação no centro da meta, ou seja, em 4,5%.

"Uma política monetária opera com defasagem. Tudo o que foi feito nesses três meses não tem condição de atingir a inflação corrente, vai atingir ao longo do tempo", concluiu.

 
 
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